O filme “A Escavação” mostra a escavação de um misterioso navio, que inicialmente, pareceu ser um objeto funerário viking, mas com o tempo descobriu-se tratar de um navio saxão. Na trama da Netflix, a personagem Edith Pretty contrata um escavador chamado Brown para encontrar objetos misteriosos localizados em seu terreno na propriedade de Sutton Hoo, no Reino Unido.
A história real por trás do achado
A casa foi comprada por Edith e seu marido Frank Pretty em 1926. Existiam lendas sobre artefatos que haviam sido enterrados no local. Isso despertou o interesse do casal. Em 1934, Frank faleceu e a esposa ficou sozinha com um filho pequeno.
Isso fez com que os planos de escavar o lugar fossem adiados. Cerca de quatro anos depois, aos 56 anos de idade, Edith finalmente contratou o arqueólogo Basil Brown para escavar o local. O profissional foi indicado pelo Museu de Ipswich, em Suffolk, onde havia trabalhado anteriormente.
Basil era um autodidata e não tinha formação na área. Apesar disso, surpreendeu com seus conhecimentos em astronomia, arqueologia e vários idiomas ao longo de sua vida. No território de Edith, haviam vários montes.
Em 1938, Basil encontrou três túmulos. Após isso, pediu reforço de outros escavadores para ajudá-lo nas escavações. No ano de 1939, o monte maior localizado no terreno começou a ser escavado.
Itens raros começaram a aparecer
Primeiramente eles encontraram um parafuso de barco (rebite). Então analisaram o achado e chegaram a um consenso de que um navio poderia estar enterrado no local. Foi exatamente isso que encontraram.
Um navio funerário de aproximadamente 1,4 mil anos de idade, datado da época em que a Grã-Bretanha era habitada pelos anglo-saxões, encontrava-se enterrado no monte maior. O objeto media 27,7 metros de comprimento sendo uma das maiores embarcações enterradas no solo.
Logo em seguida, Brown identificou o que parecia ser uma câmara mortuária. Durante esse ponto das escavações, pesquisadores do Museu Britânico ficaram sabendo sobre o achado e foram até Sutton Hoo se envolvendo com a descoberta.
Os achados
Os trabalhos continuaram e no total foram encontrados 263 objetos preciosos enterrados sobre o local. Entre eles estavam capacetes com rostos humanos, moedas, utensílios domésticos e armas.
Enterrar pessoas com barcos era comum na época. Neste caso, descobri-se que o esforço foi ainda maior mostrando que o túmulo pode ter pertencido a um guerreiro importante. Alguns pesquisadores acreditam que devido a qualidade do tesouro encontrado no local, o sujeito possa tratar-se de Redualdo, rei da Ânglia Oriental.
A descoberta foi tão importante que chegou a ser apelidada de “Tutancâmon britânico” . Edith doou todo o material encontrado em suas terras para o Museu Britânico. As escavações continuaram e novos itens tem sido escavados.
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